segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Mudanças à vista no Vaticano

Un Papa rodeado por lobos

Ratzinger não é uma Papa idolatrado pela população como era Wojtyla e, por isso, o seu papado não será marcado pelos seus últimos dias sentado na cadeira de Pedro, como um exemplo e referência para a resistência católica. É bem provável que mais cedo do que se pensa que o seu mandato termine e surja um novo Papa, italiano, como corre a tese, dado que um transalpino não assume a chefia da Santa Sé há 34 anos. Provavelmente, até pode vir de Milão.

Nove anos depois da sua morte faz-se Justiça

El líder del clan que mató al primer ministro serbio tenía residencia legal en España desde 2002

Zoran Djindjic, Primeiro-Ministro sérvio, foi dos políticos mais corajosos da primeira década do século XXI. A audácia de enfrentar o nacionalismo sérvio, no rescaldo da massacrante guerra balcânica, custou-lhe a vida, por pretender libertar o seu país de um passado vergonhoso, ao mesmo tempo que procurava construir um futuro digno para um dos Estados mais massacrados da Europa ao longo de todos os tempos.

Os cobardes que assassinaram o governante sérvio conseguiram desaparecer na espuma dos dias, mas parece, nove anos depois, que a Justiça vai ser feita. A memória de Djindjic e o povo sérvio merecem-na.

Medvedev inspira Putin

Putin stressed the need for a new, competitive economy capable of restoring Russia to technological leadership and boosting innovation through competition.

Faltam menos de duas semanas para a eleição presidencial russa. O país anda com vários tipos de manifestações, orquestradas, umas pró e outras contra Putin.

Seja como for, o Czar de São Petersburgo ganhará. Resta saber se à primeira ou à segunda volta.

Quanto a programa, nota-se que as causas de Medvedev, do conhecimento e das novas tecnologias, faz o seu percurso e Putin assume-as.

A boa escolha alemã para a presidência do país

Jochim Gauck será elegido presidente de Alemania el 18 de marzo

Uma óptima escolha para presidir à Alemanha. Gauck é um nome respeitado e considerado no país e obterá a maioria dos parlamentares, com a provável excepção dos antigos saudosos da era de Honecker. Percebe-se bem o porquê de Gauck ser persona não grata para o Die Linke.

Travão na comunidade russófona da Letónia

With nearly all the votes counted, 75 percent of votes cast in Saturday's referendum were against the proposal, Latvia's election officials said.


Ethnic Russian make up about one-third of Latvia's 2.1 million population.


Lukashevich said the ballot, called by the Russian-speakers' movement, Native Tongue, "did not fully reflect the mood in the country."

Depois de um resultado surpreendente das forças russófonas nas legislativas letãs, a necessidade de travar as pretensões desta comunidade cresciam.

No sábado, o referendo, para tornar o russo numa língua oficial deste Estado báltico, serviu para resfriar os filhos da pátria de Pushkin, com uma esmagadora recusa dos letões, como seria previsível. O passado recente do país ainda tem bem presente a presença soviética.

O referendo escocês

PM: "I'm here to stand up and speak out for what I believe in. I believe in the United Kingdom."


This is the speech delivered by the Prime Minister in Edinburgh on 16 February 2012.

Um discurso, de David Cameron, para preservar e mais tarde recuperar, quando se realizar o referendo à independência da Escócia.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Entre o passado e o futuro

As agendas europeias e norte-americanas merecem ser cruzadas. Ontem, realizou-se em Pequim mais uma Cimeira entre a China e a UE. Do lado europeu compareceram o Presidente da Comissão e do Conselho, Barroso e Rompuy respectivamente, do lado chinês, a delegação foi chefiada pelo actual Primeiro-Ministro, Wen Jiabao.

Ao mesmo tempo, em Washington, Obama recebia na Casa Branca o próximo líder chinês, Xi Jiping.

Não fazer uma leitura do dia de ontem é ignorar a realidade.

A UE continua a mergulhar na irrelevância, apesar de ainda ser o maior bloco comercial do mundo, enquanto norte-americanos e chineses discutem o mundo.  

Resultados de cinco anos de mandato

La paradoja es que Sarkozy quiere ser ahora como Alemania, pero ha tenido cinco años para intentar parecerse y no lo ha conseguido. Los datos económicos certifican que la distancia entre los dos grandes potencias del euro se ha ido ampliando cada vez más. Bajo su mandato, París ha aumentado sus parados en más de un millón de personas (récord histórico desde 1999) mientras que el alemán es del 6,8%. Francia batió en 2011 su dato de balance comercial (más de 70.000 millones de déficit) mientras Alemania tiene superávit. Sarkozy ha aumentado la deuda pública en 612.000 millones de euros, llevándola al 87% del PIB, mientras Alemania anda en el 84% pero paga por ella bastante menos, cuando no cobra.

Dentro, las desigualdades han crecido de forma brutal, tanto por el número de pobres (más de ocho millones, 82.000 nuevos cada año), como por los regalos fiscales a los ricos, calculados en 75.000 millones de euros. En educación, Francia ha suprimido 80.000 profesores y bajado 12 puestos en la clasificación mundial, según la OCDE, y en sanidad, cuatro millones de franceses han perdido sus ayudas.


Quem tanto prometeu, em 2007, mudar a França, cinco anos depois a mudança concretizou-se, mas no sentido oposto ao prometido.
Hoje, Sarkozy apresenta a recandidatura ao Eliseu.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

As esquerdas radicais ignoram o amanhã

Extrema-esquerda grega sobe nas sondagens e põe em causa acordo com a troika

A Grécia é um exemplo de como as esquerdas radicais não têm qualquer compromisso com as pessoas, apesar de estarem a granjear o seu apoio, apenas e tão só por uma razão de indignação e condenação. Sentimentos totalmente naturais e legítimos, face ao imposto desde há dois anos aos gregos.

Se os "bloquistas" helénicos (Syriza) sabem ter neste momento a oportunidade de chegar ao Governo e exercer o poder, os comunistas (KKE), por seu lado, manifestam pouca disponibilidade para fazer parte de um Governo de coligação e pretendem governar a sós, algo impossível.

Assim, continua-se a demonstrar que o radicalismo só cresce no meio do descontentamento. Porém, se as palavras dos radicais até caem bem no ouvido, não servem para salvaguardar as condições de vida das pessoas nem apresentam qualquer futuro. Protestar é fácil, o mesmo não se aplica ao exercício de governar.

Fruto desta subida das esquerdas radicais deve-se ao esboroar dos socialistas (PASOK), que tiveram a espinhosa e ingrata missão de corrigir o que a direita, da Nova Democracia, à beira de regressar ao poder, fez, um enorme buraco nas contas. Papandreou foi um excelente Primeiro-Ministro até ao momento infeliz de se lembrar de ceder à tentação de convocar um referendo, acerca das medidas a implementar, sem sentido. Foi o fulminar do seu mandato, marcado pela coragem de batalhar pela Grécia, como lhe competia, nos areópagos europeus.

Veremos o que dará a eleição legislativa grega, mas quando mais se precisa de compromisso de todos os partidos, verifica-se a predisposição de cada um corresponder à sua agenda partidária, desprezando o país. Velhas lógicas político-partidárias que não servem os tempos que vivemos.

A lição destes tempos, dada na Grécia, ainda não foi aprendida pelas formações gregas: em tempos de profunda crise, como nestes tempos, quem exerce o poder queima-se rapidamente; mas há quem continue a pensar que o único ponto importante é chegar ao poder, pelo poder.

O PASOK é o exemplo de como uma maioria absoluta, obtida nas últimas eleições, é bem mais frágil do que aparenta.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Portugal credível

Há quem compreenda que a política vive de uma dicotomia intocável: quem está no poder governa e só deve prestar contas nas urnas e quem está na oposição tem de se limitar a opor e condenar o que se faz.

Ora, o PS não tem esta concepção da Política. Enquanto Governo, fez com que os governantes tivessem que ir, de 15 em 15 dias, ao Parlamento, para que o papel da Assembleia da República, onde estão os representantes eleitos directamente pelos portugueses, fosse respeitado e cumprido. Há quem se esqueça, mas foi com o PS, no Poder, que o Governo começou a prestar contas no Parlamento.

Agora, na oposição, o PS não desprezou a sua responsabilidade com o País, e num momento particularmente crítico, o PS está, como sempre esteve, no campo da solução.

Todavia, António José Seguro tem recebido críticas por estar a desconsiderar o papel "típico" de líder da oposição. Há quem preferisse o Secretário-Geral do PS limitado a um papel do género do PCP e/ou do BE: condenar e opor-se a tudo e todos, sem qualquer critério; ou, então, que fizesse o que o PSD e o CDS fizeram na anterior legislatura, desconsiderar a condição de Portugal, na actual crise, e ambicionar o poder a todo o custo, como aconteceu, dado o chumbo do PEC IV e a obrigação de Portugal pedir um resgate externo.

O PS segue a via da responsabilidade e da credibilidade, não cedendo à tentação fácil, nestes tempos, mas tão prejudicial para Portugal, do populismo e demagogia barata, que podem ser amigos das sondagens, mas nocivos para a vida das pessoas. O PS absteve-se no OE 2012, não porque concordasse com o proposto, porque não concorda, mas porque sabe que este OE está a ser escrutinado a nível mundial e um passo em falso de um dos grandes intervenientes na vida do País, como o PS, poderia comprometer a recuperação do País.

De qualquer forma, o PS não ficou refém nem está paralisado, pelo contrário, está bem activo e a cumprir as suas obrigações. Propôs, sem hipocrisia e com dados concretos, medidas que o Governo devia ter em consideração, como o não corte do 13º e 14º mês. O Governo disse que não era possível, o tempo encarregou-se de demonstrar que havia condições para poupar os portugueses a mais sacrifícios. O PS disse que o acordado com a troika é para cumprir, mas não se pode estar alheio à realidade e, por isso, era necessário reajustar as metas temporais à recuperação económica nacional e europeia, sem a qual é impossível cumprir o acordado. O Governo negou, mas líderes europeus já equacionam esta possibilidade e o Ministro das Finanças português cochichou esta proposta ao homólogo alemão. O proposto pelo PS começa a ganhar sentido.

É certo que a postura e as medidas do PS não surgem com alardeio, como alguns pretenderiam, mas sim de forma ponderada e objectiva, para servir as pessoas.

O tempo não é para joguinhos baixos e no estrito interesse de agendas partidárias. O PS não tem que procurar alterar o resultado das eleições de Junho de 2011, como o PSD não digeriu os resultados eleitorais de 2009. O PS tem de respeitar e cumprir o papel que as pessoas lhe deram nas urnas, ao mesmo tempo que tem de corresponder aos seus objectivos: servir Portugal e apresentar rumos para o País. É isso que António José Seguro está a fazer.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A los que hoy brindarán con champán

No dia em que se comete uma INJUSTIÇA em Espanha, com a determinação de Baltasar Garzón estar impedido de exercer a sua função de juiz, por ter determinado fazer escutas a acusados, vale a pena ler as palavras que a filha do juiz espanhol escreve no dia de hoje:


A los que hoy brindarán con champán


Esta carta está dirigida a todos aquellos que hoy brindarán con champán por la inhabilitación de Baltasar Garzón. A ustedes, que durante años han vertido insultos y mentiras; a ustedes, que por fin hoy han alcanzado su meta, conseguido su trofeo.
 
A todos ustedes les diré que jamás nos harán bajar la cabeza, que nunca derramaremos una sola lágrima por su culpa. No les daremos ese gusto. Nos han tocado, pero no hundido; y lejos de hacernos perder la fe en esta sociedad nos han dado más fuerza para seguir luchando por un mundo en el que la Justicia sea auténtica, sin sectarismos, sin estar guiada por envidias; por acuerdos de pasillo.
 
Una Justicia que respeta a las víctimas, que aplica la ley sin miedo a las represalias. Una Justicia de verdad, en la que me han enseñado a creer desde que nací y que deseo que mi hija, que hoy corretea ajena a todo, conozca y aprenda a querer, a pesar de que ahora haya sido mermada. Un paso atrás que ustedes achacan a Baltasar pero que no es más que el reflejo de su propia condición.
 
Pero sobre todo, les deseo que este golpe, que ustedes han voceado desde hace años, no se vuelva en contra de nuestra sociedad, por las graves consecuencias que la jurisprudencia sembrada pueda tener. Ustedes hoy brindarán con champán, pero nosotros lo haremos juntos, cada noche, porque sabemos que mi padre es inocente y que nuestra conciencia SÍ está tranquila.

Madrid, 9 de febrero de 2012

María Garzón Molina

À procura de um futuro

Will the London conference change Somalia's future?

Há 11 meses

Siria, Unicef: nelle violenze 400 bambini uccisi

A dicotomia do perigo

Netanyahu: PA President must choose between peace with Israel and peace with Hamas

A chantagem de Netanyahu não faz o mínimo sentido, desde logo por causa do futuro de Israel. Ter o Hamas sentado à mesa é tão importante como contar com a Fatah.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O Governo de Passos Coelho faz questão de não acertar uma

O quadro de crise obriga os Governos a aplicar medidas pouco agradáveis, ainda assim, as crises, como sempre, devem ser encaradas com sensibilidade, tomando medidas que compensem as pessoas das medidas austeras de que são alvo, e podem representar oportunidades. Uma dessas oportunidades é a da valorização do uso dos transportes públicos, com nítidos ganhos para todos.
 
Em Portugal, em que as principais cidades do País têm excesso de automóveis, esta era uma altura adequada para valorizar o transporte público, ajudar o ambiente urbano e, no quadro de aperto, aliviar o orçamento familiar, com a promoção do uso dos transportes públicos, através da baixa do preço dos títulos de transporte. Isso gera mais ganhos, pois mais pessoas acabam por recorrer aos transportes públicos, dadas o aumento das despesas, por haver mais impostos, e a perda de rendimentos, com a baixa dos vencimentos. O transporte individual é um custo elevado e se há alternativa, o transporte público, sendo acessível e mais barato, compensa.

Há uns meses, o Presidente da Câmara de Milão, já em pleno período de crise, tomou duas medidas: subir o preço dos bilhetes de transporte público por uma simples viagem e tornar o preço do passe mais barato. Agora, na capital austríaca, a baixa do preço dos passes fez com que no último mês, oito mil pessoas adquirissem o passe anual (passa de 449 euros para 365 euros, uma redução de 84 euros, o que representa um custo mensal de cerca de 30,50€, ou seja, num país com um poder de compra e vencimentos e pensões muito superiores aos nossos, os transportes públicos acabam por ser, proporcionalmente, muito mais baratos do que em Portugal).

Em vez de seguir esta linha, o Governo aumenta três vezes, em menos de um ano, o preço dos transportes públicos e impõe uma redução de vencimentos.

Em nenhuma área o Governo do PSD/CDS acerta e nem manifesta preocupação com as pessoas.  

domingo, 5 de fevereiro de 2012

As lições de Solidariedade de Marco António


Concordo com o Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social: ninguém lhe pode dar lições, pois ele é membro de um Governo e responsável da tutela que nada tem de solidário e apenas implementa a insegurança social.

Os Governos do PS combateram e diminuiram a pobreza em Portugal, valorizaram e preservaram a Segurança Social, ao contrário deste Governo do PSD/CDS, que aumenta a pobreza e coloca a Segurança Social em risco. Também, com um Primeiro-Ministro que diz que somos pobres, que mais poderemos esperar?

De facto, quem dá lições é Marco António, quanto àquilo que não se deve fazer, se estamos empenhados na qualidade de vida das pessoas.

Uma guerra inevitável?


Uma notícia esclarecedora do que se passa nestes tempos e do xadrez internacional quanto ao projecto nuclear iraniano, com impacto mundial.

A recente mexida na liderança da Mossad não é fruto do acaso, assim como o surgimento da disputa do importantíssimo estreito de Ormuz, o assassinato de cientistas iranianos  e a situação interna iraniana, de grande debilidade económica e social do país, que deixa o poder dos aiatolas mais vulnerável, com a vontade do Governo de Tel Aviv intervir, sem o apoio dos EUA, conduziu a um barril explosivo.
A guerra pode estar mais perto do que pensamos, mas há muito mais do que o projecto nuclear em jogo, é o xadrez mundial que pode mudar.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Pobres são os governantes que temos!


Em 2002, o PSD disse que o País estava de tanga, uma década depois o PSD diz que Portugal é um país pobre.

Se dúvidas houvessem de qual a concepção que o PSD de Portugal, estamos mais do que esclarecidos.

Importa informar Passos Coelho que Portugal não é um país pobre, apesar de ter uma preocupante e elevada bolsa de pobreza. Temos um país que está no primeiro terço do mundo, fazendo parte do grupo dos mais desenvolvidos, mas temos, neste grupo, muitos atrasos estruturais que não nos facilitam a progressão desejada. Porém, pelo ritmo das actuais medidas do  Governo, o caminho não é o do desenvolvimento.

Por outo lado, esta declaração também pode ser considerada como um recado ao Presidente da República, que há dias se queixava da sua mísera pensão.

Em suma, a pobreza temos e que precisamos de debelar, para Portugal avançar, é a dos governantes, uns pobres de espírito e de ideias, que não têm nada mais para dar ao País que não seja a asfixia do progresso e esta, infelizmente, afecta, e muito, a vida de milhares de portugueses. Isto não é ter nem ser um país pobre, é tornar Portugal pobre.

i Muchas Gracias, José Luis!


Zapatero termina o seu mandato à frente do PSOE, depois de ter recuperado o partido de duas derrotas (1996 e 2000, ganhas pelo PP de Aznar) e ter governado Espanha durante quase oito anos (2004/2011).

A sua última etapa de liderança não foi de todo a melhor. Sai da liderança do partido com o PSOE em condição muito vulnerável, com pesadas derrotas nas eleições regionais e municipais e, recentemente, nas legislativas, dada a retirada de apoio de parte da sociedade aos socialistas, que tiveram de lidar com a maior crise do último meio século e não conseguiram corresponder como desejavam.

Coincidência ou não o Estado Social que tanto valorizou e defendeu nos seus mandatos, já começa a estar em causa nas poucas semanas do Governo de Rajoy, que coloca em xeque vários dos progressos sociais alcançados nos últimos anos.

Não tenho de Zapatero a mesma admiração que tenho de Felipe González, mas não nego o marco dos seus mandatos, determinantes para os avanços sociais em Espanha, e que foram determinantes para o avanço de outros países, rumo a uma sociedade mais justa e solidária.

Zapatero fica na História do Socialismo Europeu como um líder que fez muito pela Igualdade e Dignidade, e foi com Zapatero, é bom não esquecer, que a Espanha passou a fazer parte do clube de países que definem o rumo do mundo: o G20, e se registou o fim do terrorismo basco.

Hoje, Zapatero pode parecer um perdedor, mas não foi, como o tempo se encarregará de demonstrar. Foi um líder que galgou os preconceitos do nosso tempo, abrindo um futuro mais justo, com marcas sociais notáveis.

Como governante que teve de lidar com a crise, pagou a factura que praticamente todas as lideranças estão a receber. A esta situação, infelizmente, não saiu incólume. Mas o seu exemplo fica e qualquer progressista sabe que tem em Zapatero uma referência.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O novo capitalismo

Como escreveu a revista "Economist" sobre o avanço do capitalismo de Estado, por aqui chamado de neodesenvolvimentismo: "A batalha definitiva do século 21 não será entre capitalismo e socialismo, mas entre diferentes versões de capitalismo".

Democrático, capitalista, multiétnico, ocidental e do Sul, rico e pobre, o Brasil optou por reduzir sua complexa força num simplório terceiro-mundismo 2.0. Mas pense bem: temos mais semelhanças com os EUA ou com a China e a Índia?

Nossa emergência econômica e política e a sucessão dos dois maiores eventos globais em solo brasileiro no espaço de dois anos fazem destes anos o momento perfeito para o Brasil se posicionar no imaginário global.
Essa imagem só pode ser a de um país democrático, capitalista, em paz com todas as nações, a melhor ponte entre o Norte e o Sul na nova divisão de poder mundial. É uma posição, um papel, que só nós podemos exercer. Devemos começar por Cuba, uma grande oportunidade.

Um artigo muito interessante de Sérgio Malbergier, acerca do posicionamento do Brasil nesta era global, a propósito da visita de Estado de Dilma Rousseff a Cuba, onde o Brasil pode ter um papel importante.

O capitalismo de Estado, interpretado pelas potências emergentes, veio para ficar nesta nova etapa.

A única Liberdade da direita ibérica


Ontem, referia que o modelo espanhol, proposto por Gallardón, podia inspirar a direita portuguesa. Nem de propósito, em menos de 24 horas, PSD e CDS deixam o recado: pode haver alterações. Assim, nada melhor do que esperar pela entrada em vigor da nova lei espanhola, ver os desenvolvimentos que tem e, correspondendo a medida aos desejos do Governo de Rajoy, aplicar em Portugal.

Há quem se preocupe, nestes tempos, e com toda a razão, com a dimensão económica e laboral, mas a grande ofensiva está a acontecer nos Direitos Sociais: Educação, Saúde, Segurança Social e Respeito pela Dignidade das pessoas, num total desprezo pela Liberdade das pessoas.

Dentro de uns tempos, o clima económica até pode melhorar e o peso desta crise ser menor, mas então podemos encontrar-nos com menos condições.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A Dignidade e o Respeito da Mulher são desconsiderados

Las mujeres tendrán que volver a dar una justificación para abortar

O novo Ministro da Justiça espanhol diz que fez a medida mais progressista da sua vida, ao alterar a lei da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), com a necessidade da mulher ter de se justificar para fazer a IVG.

A Espanha, que dera passos no sentido da Dignidade e Respeito pela Mulher, dá um passo atrás e desconsidera a Liberdade.

Veremos se o modelo espanhol não chegará a Portugal, pois é bem provável que dentro de uns tempos o Governo português siga o espanhol. 

Volta a causa do nuclear à revelia do que se passou em Fukushima

Manifesto pede introdução da energia nuclear em Portugal

Deixaram as cinzas de Fukushima poisar para os "nuclearistas" lusos voltarem ao ataque, defendendo o emprego desta energia.

Infelizmente, estas personalidades, que se apresentam como muito cotadas na praça pública nacional, não representam mais do que um pato bravismo provinciano, desprovido de responsabilidade.

Depois do que se passou há quase um ano no Japão, estes senhores empresários e políticos, não querem entender nada. E pelos vistos nem notam o que se passa. Há meses, os japoneses deliberaram, no Parlamento nacional, investir nas renováveis e baixar a dependência da energia nuclear. Na Alemanha, devido ao trágico acontecimento nipónico, a energia nuclear acabará no país dentro de 10 anos. A França, grande utilizadora e impulsionadora do nuclear, começa a equacionar uma medida semelhante à Alemanha. Mas em Portugal, quais iluminados, voltam ao ataque. É caso para perguntar, onde é que estavam quando se deu o acidente em Fukushima?