terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A vergonhosa condenação de Baltasar Garzón

"El mundo entero está mirando", advertían ayer los observadores internacionales que acuden hoy a vigilar el juicio contra el juez Baltasar Garzón por su investigación de los crímenes del franquismo. "Es la primera vez en democracia que vienen al Supremo a supervisar un juicio", subrayó José Antonio Martín Pallín, magistrado retirado de ese mismo tribunal. "El mundo entero tiene los ojos puestos en este juicio y en las represalias que se están aplicando sobre Garzón". "La justicia española se está haciendo daño a sí misma", insistió uno de esos observadores, el consejero jurídico de Human Rights Watch Reed Brody.

Del que empieza hoy, subrayaron que "es la primera vez" en la Unión Europea que se sienta a un magistrado en el banquillo por investigar violaciones de derechos humanos


"Abandonar a un juez que aplica el derecho internacional en auxilio de las víctimas de graves violaciones de derechos humanos es atentar contra uno de los pilares del Estado de derecho".


O que se está a passar em Espanha é vergonhoso. Procura-se condenar em Tribunal quem quer e sempre se bateu pela Justiça.

A grande incógnita egípcia


A Irmandade Muçulmana ganhou as eleições e tem quase a maioria absoluta do Parlamento. Se juntarmos as outras forças políticas islâmicas, registam-se 75% do domínio da Assembleia.

Não deixa de ser uma grande incógnita, vista com receio quanto ao futuro do país, um dos mais importantes do Mediterrâneo. A seguir, com muita atenção.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

As virgens de Cavaco

Parece que anda por aí há solta um conjunto de arrependidos com Cavaco Silva, pelo que disse há dias, da sua reforma mal dar para pagar as despesas.

Estas virgens, que votaram em Cavaco em 1985, 1987, 1995, 2006 e 2011, dizem que se envergonham de ter dado o seu voto ao actual Presidente da República.

Francamente, depois de tantos anos, em que um dos mais políticos dos políticos portugueses, Aníbal Cavaco Silva de seu nome, apesar de o negar constantemente, ele "apenas" foi Ministro das Finanças, Primeiro-Ministro e é Presidente da República, reconhecem, actualmente, a vergonha que têm de ter dado o seu voto a Aníbal Cavaco Silva?

Parecem aqueles comunistas defensores dos Direitos Humanos, ao mesmo tempo defendiam a invasão da Hungria e da Checoslováquia, e só quando caiu o Muro de Berlim é que descobriram que a União Soviética era uma ditadura totalitária.

Não posso culpar Cavaco, mas sim quem se quis iludir e deu o poder a quem pouco pouco fez pelo País, no período da era democrática lusa que mais condições teve para construir um Portugal moderno e inovador, graças aos fundos que pingavam gotas chorudas de dinheiro todos os dias.

Se Cavaco triunfou, e esse é um dos falhanços do Portugal democrático, deve-se a quem quis um Portugal pequenino e envergonhado de si mesmo. Agora não se envergonhem do "monstro" que criaram, ele nunca mudou, foi sempre o mesmo. 

domingo, 22 de janeiro de 2012

Discurso de François Hollande


O magnífico discurso proferido, hoje, por François Hollande, no arranque da candidatura ao Eliseu, está disponível aqui (vídeo e texto).

As boas e más notícias das presidenciais finlandesas


El ultraconservador Tino Soini sufre un gran varapalo y pierde el impulso de las legislativas

Boas e más notícias da primeira volta das presidenciais finlandesas. As boas: toma liderança um candidato europeísta e passa à segunda volta o candidato do Partido Verde. A queda da extrema-direita, perde metade dos apoios de há nove meses, aquando das legislativas, também é de assinalar.

As más: os sociais-democratas, formação que tem liderado a Chefia de Estado nas últimas décadas, perde um terço do eleitorado e tem um resultado mau, pouco mais de 6%.  

sábado, 21 de janeiro de 2012

Razões para assassinar Obama


Adler, who has since apologized for his article, listed three options for Israel to counter Iran’s nuclear weapons in an article published in his newspaper last Friday. The first is to launch a pre-emptive strike against Hamas and Hezbollah, the second is to attack Iran’s nuclear facilities and the third is to “give the go-ahead for U.S.-based Mossad agents to take out a president deemed unfriendly to Israel in order for the current vice president to take his place and forcefully dictate that the United States’ policy includes its helping the Jewish state obliterate its enemies.”  

O Irão é uma grande ameaça regional e mundial, daí a urdir uma teia para debilitar o Irão que passa pelo assassinato de Barack Obama, há uma diferença abissal.

Tendo em conta os tempos que correm, não me admiro nada que algumas cabecinhas equacionem esta tese esdrúxula, como sucedeu e foi publicado. Obama nunca foi apreciado pelos radicais israelitas, por defender a Paz e, com isso, reconhecer o Estado da Palestina.

Como esta campanha presidencial norte-americana demonstra, para o bem de Israel e da região, Obama é, sem dúvida, o melhor aliado, do que qualquer candidato Republicano.

Berlusconi volta a esticar a corda


A direita italiana, menos de dois meses depois de ter saído do poder, começa a aprofundar as brechas abertas face ao Governo Monti, que apoiou, na investidura.

Não é a primeira vez que Berlusconi dá sinais de impaciência com o Executivo. A sede e dependência do poder começa a sentir-se e por este andar o PdL (formação de il Cavalieri) bem pode começar a forçar eleições antecipadas dentro de alguns meses.

A esquerda, por seu turno, e bem, pretende que o mandato de Monti termine em 2013, com o fim da legislatura. Em suma, em Itália, com a excepção do actual Governo, constituído à margem dos partidos, tudo continua igual. Assim é difícil operar as mudanças necessárias, ainda que Monti continue a demonstrar uma paciência e estofo fora do comum.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A boa moeda do Presidente e a má moeda do Cidadão Cavaco Silva


Cavaco Silva acabou, finalmente, por dar voz à realidade de milhares de portugueses reformados. O Presidente da República está, por isso, coberto de razão, tendo em conta as décadas que muitas pessoas descontaram e as míseras pensões que auferem hoje em dia.

Todavia, o cidadão Cavaco Silva, um priveligiado na sociedade portuguesa, a quem nunca faltará, felizmente, comida na mesa e dinheiro para comprar os medicamentos que precisa de tomar, roubou o espaço público do Presidente da República e apropriou-se da função do Chefe de Estado para reclamar para si, cidadão Cavaco Silva, o que nunca faltará a quem vive em Belém.

Se o Presidente da República esteve bem, pois chamou a atenção para um problema que afecta milhares de pessoas em Portugal, o cidadão Cavaco Silva usurpou o espaço que teve à sua disposição.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Quem mais debilita os trabalhadores quer dar lições de Direitos


Há muito que a CTGP se demitiu das suas responsabilidades. Nunca quis fazer parte de soluções, limitou-se a ser contra os problemas, sem, no entanto, com essa postura, salvaguardar, de facto, os direitos dos trabalhadores.

Há anos que a CGTP passou a comportar-se como um treinador de bancada. Condena tudo e todos e não faz qualquer distinção de propostas. É contra e ponto final, assunto encerrado. O País sabe isto, a começar nos filiados da CGTP, mesmo aqueles que não apreciam este rumo.

Agora, e na sua tradicional posição de se demarcar dos genuínos interesses dos trabalhadores, que não são protegidos com berros na rua e protestos, que a CGTP banalizou e por isso hoje milhares de portugueses encaram a greve como um obstáculo e não um aliado dos direitos laborais, como devia, a CGTP, numa atitude da mais deplorável, quer condenar a UGT.

O acordo da Concertação Social que a UGT assinou não é, como se percebe com facilidade, e só a má fé pode considerar o contrário, o documento desejado pelos trabalhadores, e por isso João Proença não adicionaria a sua assinatura, em nome da UGT, por mero gosto, mas sim porque havia mais em causa, como a contratação colectiva.

A UGT assumiu o seu compromisso, que legitimamente pode ser criticado. Mas devemos ser objectivos e deixar-nos de onirismos, tendo em conta a realidade actual. Eu considero que João Proença teve muita coragem e fez aquilo que, provavelmente, lhe custou mais em toda a vida sindical, mas há momentos em que é preferível ter um pássaro na mão do que dois a voar.

Quem menos tem legitimidade para criticar a UGT, como a CGTP, desde logo por que se demarca da sua missão, e ainda anda na rua insultar o líder de outra central sindical, num gesto deplorável de camaradagem de quem tem os mesmos propósitos, quer, agora, dar lições e punir Proença pelo que expressa em Liberdade.

A GCTP devia ter vergonha do que quer fazer. Gosta de dar-se ao luxo de tudo, menos daquilo para que existe: defender os trabalhadores.

Como sempre, a mania da superioridade. Mas esta, como o tempo está a demonstrar, apenas serve para debilidar as condições laborais em Portugal. Ou teremos dúvidas que UGT e CGTP, sentadas, até ao fim, nas negociações, não obteriam um resultado mais positivo?

Chega de hipocrisia! Em vez de condenar a UGT, a CGTP deve reflectir o que anda a fazer há décadas.

Riqueza no Mediterrâneo oriental

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Investimentos que procuram captar riqueza e gerar emprego



At present, the British aviation industry says the nation is losing out to rivals airports such as Schiphol in Amsterdam and Paris Charles de Gaulle.


"The recognition today is that it matters to the UK economy, to jobs and to growth. There's no reason why any option should be ruled out."

Os britânicos já perceberam que têm um sério problema, em termos de concorrência aeroportuária no quadro europeu, e têm de ser tão ou mais competitivos que os principais concorrentes, se quiserem obter benefícios económicos.

A aposta na construção de um novo aeroporto em Londres, que se assuma como um hub europeu, vem corresponder a este desígnio, ao mesmo tempo que é ancorado na geração de riqueza e criação de emprego.

O Governo de Londres é conservador e, ao contrário das teses tradicionais da direita, não enjeita o investimento, com os propósitos óbvios: ter proveitos. Por cá, temos um Governo de direita que continua a conceber o investimento nas obras públicas como nas décadas de ouro do cavaquismo: investir só por investir. Como a situação é de aflição, e a lógica do investir só pelo investimento não se enquadra no período de recessão, continua-se a conceber o novo aeroporto de Lisboa, que não pode (apesar de) ser secundário no quadro Ibérico, e o TGV, essencial na rede europeia de alta velocidade, como um luxo. Num total desprezo das oportunidades que se podem e devem abrir à economia lusa.

Seria bom que os governantes portugueses pudessem aprender alguma coisa com os homólogos britânicos. O investimento nas infra-estruturas não é um fim, mas um meio. Em Portugal, com o cavaquismo e com o actual Governo, as infra-estruturas são concebidas como um fim, e não um meio, por isso o País não retira proveitos. Assim, em vez de progredirmos andamos a marcar passo. 

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A família Kirchner

El hijo de la presidenta argentina acumula influencias en los círculos de poder

Um nome a reter no futuro da Argentina: Máximo Kirchner, filho do antigo Presidente Nestor Kirchner e da actual Presidente, Cristina Kirchner.

O clã continua!

Ainda não são os eurobonds, mas já há Deutschlandbonds

la chancelière vient d'apporter son soutien à l'adoption de «Deutschlandbonds», des bonds allemands visant à gommer les disparités entre les Länder les plus riches et les plus pauvres.

Merkel começa a fazer o caminho, ainda que só o faça a nível interno.

Se a Chanceler alemã aplicar a mesma lógica germânica à escala europeia conseguirá defender muito melhor os alemães do que pensa. 

Já faltou mais para os eurobonds? Provavelmente!

O fim da Coreia do Norte?


Não estaria tão optimista como o irmão do novo líder norte-coreano.

Aumenta a contestação na Roménia

People were gathering again in Bucharest’s central University Square and other cities across the country yesterday, for the fifth day of protests against President Traian Basescu, the government and its austerity policies. Although the demonstrations initially began in solidarity with health official Raed Arafat, who quit in protest against a healthcare reform law which would have partially privatised the system, they soon widened to include all of the people’s discontent with recent austerity measures and low living standards.

Somam-se as contestações na Roménia contra o Governo de Basescu.

Neste país, a receita da austeridade pura, com perda de condições, está a conduzir ao empobrecimento de um Estado já de si vulnerável.

Continuamos a ficar mais vulneráveis

"En Francia, y supongo que también en España, las agencias de calificación no son las que definen las políticas económicas. La pérdida de la triple A por una de las tres agencias no cambia nada. Tenemos que reaccionar con sangre fría, reducir el déficit y ganar competitividad", remató Sarkozy.

A primeira recepção que Mariano Rajoy teve, em Moncloa, como Presidente do Governo espanhol, foi do Presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Noutros tempos, dir-se-ia: grande estreia para Rajoy. Todavia, tal não corresponde, na actualidade, a tal consideração, uma vez que se trata da recepção de um Chefe de Estado de um país que viu, há dias, cortado o seu rating, e de melhor do mundo, passou para o escalão inferiror.

A conferência de imprensa que os dois deram revelou um Sarkozy tenso e irritado, muito pelas questões da perda do triplo A, que disse aos jornalistas, não entender bem o que eles queriam saber.

Ontem, ficou claro que Angela Merkel não passou a França para o clube dos aflitos gigantes, entenda-se: Itália e Espanha, mas foram as agências de rating, as mesmas que durante a crise e depois do pico, continuaram a actuar de modo livre. Por isso, já se fala na "aliança" Madrid-Roma-Paris. Numa lógica de: nós estamos fracos, mas somos fortes.

Como era previsível há uns tempos, e Sarkozy demitiu-se complementante desta opção, a solução ao presente momento que atravessamos, só pode ser europeia e quanto mais se adiar pior será para todos os europeus. Começou na Grécia, passou para a Irlanda, chegou a Portugal e, depois, contaminou grande espaço da UE. Um dia, por este caminho, também chegará à Alemanha e aos escandinavos.

Todavia, como já se percebeu, neste momento, as actuais lideranças dos gigantes europeus, entenda-se França e Alemanha, não são a solução, mas o problema.

A extrema-direita húngara diz que o seu país está a ser atacado

el pasado fin de semana alrededor de 2.000 manifestantes afectos al ultranacionalista partido Jobbik escucharon a uno de sus dirigentes, y europarlamentario, manifestar: "La UE ha declarado la guerra de forma descarada a Hungría".

A extrema-direita húngara, como qualquer extrema-direita, continua a aproveitar a crise para subir e provocar o aumento de tensões. Este é o seu modus operandi e o seu terreno fértil, para crescer. Agora, para reforçar as suas causas nacionalistas, dizem que a UE está a atacar o país.

No caso magiar, a extrema-direita, que é neo-nazi, já recolhe mais de um quinto do apoio da população e as suas causas são a do isolamento húngaro, ao mesmo tempo que reivindicam as antigas fronteiras do "império", que abarcam terras, nas quais há comunidades húngaras, em solo ucraniano, sérvio, romeno e eslovaco.

Enquanto o Governo de Orbán prossegue o caminho da irresponsabilidade, a Hungria isola-se no quadro europeu, por se cercear a Liberdade e a Democracia. Um problema, antes de mais, para os húngaros, mas também para os europeus. Os valores que estão na base da adesão e pertença a este projecto estão a ser desprezados, e isto significa que as pessoas estão a ser penalizadas. 

Vale a pena comparar


A capa do "i" diz tudo. E foi por isto que se chumbou o PEC IV!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A melhor notícia para Marine Le Pen

Marine Le Pen teve hoje uma das suas melhores notícias. O corte do triplo A da França é, à luz da extrema-direita francesa, um sinal de como o actual sistema está desjustado à realidade e a necessidade da França fazer o seu caminho, fora do €uro, justifica-se, como a Frente Nacional defende.

Veremos como é recebido e entendido este corte do rating pelos franceses e qual o impacto na campanha eleitoral. Estamos a três meses das presidenciais.
Há tempos, Sarkozy disse que se a França perdesse o triplo A ele estaria morto. O actual Presidente francês não está morto, mas parte do eleitorado do UMP bem pode passar para a FN. O suficiente para o deixar de fora na primeira volta das presidenciais, sendo Marine Le Pen uma das finalistas.

O momento é mais do que propício para esta candidata, que se considera "a voz do povo, o espírito da França", aprofundar o seu populismo e demagogia. E nada como um momento em que a Alma está ferida para acenar com emoções, no caso totalmete irresponsáveis.

O dia em que a França perdeu o triplo A


Via Le Monde.