Perante o favoritismo dos socialistas, em parte graças ao descalabro de cinco anos desastrados do mandato presidencial de Sarkozy, que nada fez do que prometera na campanha de 2007, estas eleições estão a ser preparadas pelo UMP centrados na extrema-direita.
Ao contrário das opções tradicionais, de moderar as candidaturas, de modo a cobrir uma dimensão eleitoral superior à base eleitoral do partido, Sarkozy e a sua equipa em vez de lutarem por um eleitorado do centro-esquerda ao centro-direita, presentemente disputado pelo PS e o MoDem, a FN, de Le Pen, é encarada como o "reservatório" de votos a conquistar.
De facto, se Sarkozy não passar, tal se deverá ao apoio dado pelo eleitorado a Marine Le Pen - hipótese cada vez mais remota. A ter em consideração as últimas sondagens, a estratégia de Sarkozy está a dar frutos. Pela primeira vez, Sarkozy, na primeira volta, está à frente de Hollande. Porém, Sarkozy esquece-se que há uma segunda volta e nessa, parte do eleitorado central, está afugentado. Ainda no domingo, no comício que fez em Villepinte, Sarkozy conseguiu assumir um discurso puramente de extrema-direita, ao ameaçar fechar Schengen, no seguimento do discurso anti-imigração que tem vindo a fazer.
É muito preocupante que a direita francesa, com Sarkozy, se tenha rendido ao radicalismo e rasgado aqueles que eram os compromissos de Estado, que o RPR sempre assumiu, desde De Gaulle. E é mais preocupante não só por esta campanha, mas também pelo futuro da direita gaulesa.
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