Precisamos de uma nova sabedoria dos limites e uma inteligência para entendê-los como uma oportunidade para levar a cabo uma política em que voltemos a combinar efectividade e democracia. Daniel Innenarity
sexta-feira, 23 de março de 2012
Congresso do PSD mais interessante
Face à capa, de hoje, do JN, quem disse que o Congresso do PSD deste fim-de-semana não tem interesse?
Não é o discurso de Passos Coelho que mais importa, mas sim saber e sentir qual a posição dos autarcas do PSD, partido que domina a Associação Nacional de Municípios e de Freguesias face às propostas de Miguel Relvas.
Veremos qual a postura e posição dos autarcas laranja.
Tudo pode mudar nas presidenciais francesas
O grande problema francês, como da maior parte dos Estados europeus, é económico. O país tem dificuldade em retomar o crescimento económico, gerar empregos e preservar o Estado Social.
Há décadas que o país das Luzes perde competitividade, no quadro global, e essa é uma das maiores ameaças a uma nação que sempre teve os melhores patamares de desenvolvimento no mundo.
Porém, não obstante este ponto central, a tragédia de Toulouse vem baralhar as opções eleitorais e, por umas semanas, as preocupações vão centrar-se na forma como lidar com o terrorismo e a imigração, assuntos que, amiúde, estão na ordem do dia em França, quer pelas causas da Frente Nacional quer pelas políticas de Nicolas Sarkozy, inscritas na agenda do país.
O terrorismo, em abono da verdade, é, no mundo Ocidental, um dos problemas sempre presentes desde o 11 de Setembro de 2001. Todavia, a maioria das nações ocidentais só lida com o tema quando este se faz sentir de forma trágica, caso contrário, até há um sentimento predominante na população de que nem vale muito a pena prestar atenção à matéria, pois isso só acontece aos outros. Ora não acontece aos outros, está no seio das nossas sociedades. Não vale a pena continuar a ignorar.
O que se pode começar a considerar lamentável, nesta disputa presidencial francesa, é o emergir, de uma forma totalmente hipócrita e sem respeito, do tema do terrorismo e, sobretudo, da imigração, com finalidade meramente eleitoral, quando há matérias, como esta, que não podem ser tratadas como mera arma de arremesso político, pois representam grandes riscos para o país, a nível cultural, religioso, económico e, especialmente, social.
A extrema-direita já fez saber que o Governo tem medo de intervir, com mão-de-ferro, nos bairros problemáticos e, por isso, o sucedido em Toulouse é resultado da impunidade. O Governo de Sarkozy voltou a carregar na tónica, ainda que de modo suave em relação a recentes declarações do próprio Sarkozy e do seu Ministro do Interior, da necessidade de punir a qualquer custo, num discurso claramente óbvio de procurar associar o Islão ao terrorismo e, com esta premissa, legitimar a expulsão de milhares de imigrantes. Porém, há um senão, muitos dos jovens dos banlieue são cidadãos franceses (não era o caso de Merah), ainda que os próprios não se sintam como tal, isto é, nem reconhecem qualquer identidade do país de origem dos pais e/ou avós, de antigas colónias francesas, nomeadamente as do norte de África, nem se sentem pertença do país em que nasceram, a França, a qual não lhes apresenta qualquer caminho de futuro.
Em certa medida, este também é um dos sinais de decadência que a França apresenta, não saber lidar com o futuro e qual o caminho que o país das Luzes pode oferecer às novas gerações.
Quanto à eleição presidencial, se até há pouco tempo a vitória de Hollande seria mais do que provável, tendo o tema da economia um destaque sem concorrente, pois os últimos cinco anos de Sarkozy representaram o oposto do que prometera em 2007, com a entrada do tema terrorismo com a questão da imigração associada, as contas voltam a baralhar-se e qualquer um pode singrar. Hollande, Sarkozy e Le Pen, mas também Mélenchon. A corrida está aberta e a exploração dos sentimentos mais primários tenderá a destacar-se, numa visão dicotómica, com possibilidades de gerar ganhos eleitorais, mas a médio prazo com nocivas marcas sociais.
Sarkozy, agora, se quiser bem sucedido, basta seguir a estratégica de campanha de George W. Bush em 2004, para ser reeleito. Jogar com os valores da nação, independentemente do resto, e assumir-se como o único capaz de lidar com a racaille.
Marine Le Pen não deixará de passar este momento para reconquistar o eleitorado que tem vindo a perder, empunhando, ainda com mais força, as causas da sua formação, procurando demonstrar como a FN sempre esteve correcta na identificação e solução dos problemas.
Hollande, para ser bem sucedido, precisa de não cair nas ciladas que os seus oponentes à direita lhe irão colocar constantemente, mas para isso conta com um apoio importante, o de Manuel Valls.
Veremos como decorre a eleição, agora que estamos a poucas semanas de uma escolha decisiva para a França e a UE.
Há décadas que o país das Luzes perde competitividade, no quadro global, e essa é uma das maiores ameaças a uma nação que sempre teve os melhores patamares de desenvolvimento no mundo.
Porém, não obstante este ponto central, a tragédia de Toulouse vem baralhar as opções eleitorais e, por umas semanas, as preocupações vão centrar-se na forma como lidar com o terrorismo e a imigração, assuntos que, amiúde, estão na ordem do dia em França, quer pelas causas da Frente Nacional quer pelas políticas de Nicolas Sarkozy, inscritas na agenda do país.
O terrorismo, em abono da verdade, é, no mundo Ocidental, um dos problemas sempre presentes desde o 11 de Setembro de 2001. Todavia, a maioria das nações ocidentais só lida com o tema quando este se faz sentir de forma trágica, caso contrário, até há um sentimento predominante na população de que nem vale muito a pena prestar atenção à matéria, pois isso só acontece aos outros. Ora não acontece aos outros, está no seio das nossas sociedades. Não vale a pena continuar a ignorar.
O que se pode começar a considerar lamentável, nesta disputa presidencial francesa, é o emergir, de uma forma totalmente hipócrita e sem respeito, do tema do terrorismo e, sobretudo, da imigração, com finalidade meramente eleitoral, quando há matérias, como esta, que não podem ser tratadas como mera arma de arremesso político, pois representam grandes riscos para o país, a nível cultural, religioso, económico e, especialmente, social.
A extrema-direita já fez saber que o Governo tem medo de intervir, com mão-de-ferro, nos bairros problemáticos e, por isso, o sucedido em Toulouse é resultado da impunidade. O Governo de Sarkozy voltou a carregar na tónica, ainda que de modo suave em relação a recentes declarações do próprio Sarkozy e do seu Ministro do Interior, da necessidade de punir a qualquer custo, num discurso claramente óbvio de procurar associar o Islão ao terrorismo e, com esta premissa, legitimar a expulsão de milhares de imigrantes. Porém, há um senão, muitos dos jovens dos banlieue são cidadãos franceses (não era o caso de Merah), ainda que os próprios não se sintam como tal, isto é, nem reconhecem qualquer identidade do país de origem dos pais e/ou avós, de antigas colónias francesas, nomeadamente as do norte de África, nem se sentem pertença do país em que nasceram, a França, a qual não lhes apresenta qualquer caminho de futuro.
Em certa medida, este também é um dos sinais de decadência que a França apresenta, não saber lidar com o futuro e qual o caminho que o país das Luzes pode oferecer às novas gerações.
Quanto à eleição presidencial, se até há pouco tempo a vitória de Hollande seria mais do que provável, tendo o tema da economia um destaque sem concorrente, pois os últimos cinco anos de Sarkozy representaram o oposto do que prometera em 2007, com a entrada do tema terrorismo com a questão da imigração associada, as contas voltam a baralhar-se e qualquer um pode singrar. Hollande, Sarkozy e Le Pen, mas também Mélenchon. A corrida está aberta e a exploração dos sentimentos mais primários tenderá a destacar-se, numa visão dicotómica, com possibilidades de gerar ganhos eleitorais, mas a médio prazo com nocivas marcas sociais.
Sarkozy, agora, se quiser bem sucedido, basta seguir a estratégica de campanha de George W. Bush em 2004, para ser reeleito. Jogar com os valores da nação, independentemente do resto, e assumir-se como o único capaz de lidar com a racaille.
Marine Le Pen não deixará de passar este momento para reconquistar o eleitorado que tem vindo a perder, empunhando, ainda com mais força, as causas da sua formação, procurando demonstrar como a FN sempre esteve correcta na identificação e solução dos problemas.
Hollande, para ser bem sucedido, precisa de não cair nas ciladas que os seus oponentes à direita lhe irão colocar constantemente, mas para isso conta com um apoio importante, o de Manuel Valls.
Veremos como decorre a eleição, agora que estamos a poucas semanas de uma escolha decisiva para a França e a UE.
terça-feira, 20 de março de 2012
Judeus e muçulmanos vítimas do mesmo ódio
A razão da morte destes cidadãos franceses, os seus nomes fazem hoje parte da capa, de luto, do Libération, deve-se à sua crença e origem.
Na Europa e no berço do país que inscreveu os Direitos Humanos no mundo, pouco mais de meio século depois da mortandade que jamais se devia esquecer, continua-se a ceifar a vida de inocentes por total irracionalidade e puro ódio.
Qual foi a parte da (nossa) História que esquecemos?
Qual foi a parte da (nossa) Educação que ignoramos?
Qual é a razão para continuarmos a cometer os mesmos erros?
Na Europa e no berço do país que inscreveu os Direitos Humanos no mundo, pouco mais de meio século depois da mortandade que jamais se devia esquecer, continua-se a ceifar a vida de inocentes por total irracionalidade e puro ódio.
Qual foi a parte da (nossa) História que esquecemos?
Qual foi a parte da (nossa) Educação que ignoramos?
Qual é a razão para continuarmos a cometer os mesmos erros?
As palavras pesam
Sarkozy en Toulouse: "Vamos a blindar las escuelas judías y musulmanas"
Nas últimas semanas, Sarkozy, o candidato presidencial, imprimiu um discurso xenófobo na sua campanha. Primeiro, a causa de expulsar imigrante, depois, a necessidade de romper com Schengen.
Ontem, face aos trágicos acontecimentos em Touluse, Sarkozy, o Presidente da República, diz que vai proteger as escolas de judeus e muçulmanos.
Infelizmente, há muito que em França se anda a semear os valores da xenofobia, da exclusão e da repulsa, ainda por cima por quem mais os devia combater, os dirigentes máximos do Estado: Presidente da República e Ministro do Interior.
Pensar que a palavra dos políticos, nomeadamente dos que têm responsabilidade, são inócuas e não têm efeitos é puro engano. Lamentavelmente, só se percebe isso perante a tragédia.
Nas últimas semanas, Sarkozy, o candidato presidencial, imprimiu um discurso xenófobo na sua campanha. Primeiro, a causa de expulsar imigrante, depois, a necessidade de romper com Schengen.
Ontem, face aos trágicos acontecimentos em Touluse, Sarkozy, o Presidente da República, diz que vai proteger as escolas de judeus e muçulmanos.
Infelizmente, há muito que em França se anda a semear os valores da xenofobia, da exclusão e da repulsa, ainda por cima por quem mais os devia combater, os dirigentes máximos do Estado: Presidente da República e Ministro do Interior.
Pensar que a palavra dos políticos, nomeadamente dos que têm responsabilidade, são inócuas e não têm efeitos é puro engano. Lamentavelmente, só se percebe isso perante a tragédia.
domingo, 18 de março de 2012
A direita já está em guerra por 2016

As autarquias, como deixou claro, foram projectos que deixou em 2009, depois da derrota em Lisboa. Assim, o seu mandato na Santa Casa acaba, sensivelmente, no momento em que se realizam a eleição presidencial, em Janeiro de 2016.
Neste momento, faz o trabalho interno, sem dar nas vistas, para não se desgastar e dentro de alguns anos vai procurar mostrar a Lisboa e ao País a sua obra à frente da Santa Casa, numa óbvia aposta de se valorizar, agora que ultrapassou, ou melhor, se está a esquecer a péssima imagem que deixou na liderança do Governo, em 2004/05.
Todavia, Santana sabe que o seu campo político também conta com outros potenciais e possíveis candidatos: Durão Barroso e Marcelo são os principais.
Se Marcelo, que amanhã, na sua análise da TVI, irá começar o tabu da sua candidatura, tem o desejo e a ambição de chegar a Belém, algo muito improvável, dada a sua constante falta de convicção, a grande incógnita e o principal oponente de Santana é Barroso, com quem quer ajustar contas de 2004. Barroso passou um testemunho envenenado da governação do País a Santana e este, que teve o seu melhor momento político, quando conquistou Lisboa em 2001, acabou por se deslumbrar com todo o poder que jamais imaginara poder conquistar sem dificuldade: liderança do PSD e Primeiro-Ministro.
Se Marcelo, que amanhã, na sua análise da TVI, irá começar o tabu da sua candidatura, tem o desejo e a ambição de chegar a Belém, algo muito improvável, dada a sua constante falta de convicção, a grande incógnita e o principal oponente de Santana é Barroso, com quem quer ajustar contas de 2004. Barroso passou um testemunho envenenado da governação do País a Santana e este, que teve o seu melhor momento político, quando conquistou Lisboa em 2001, acabou por se deslumbrar com todo o poder que jamais imaginara poder conquistar sem dificuldade: liderança do PSD e Primeiro-Ministro.
Ainda faltam quatro anos para as presidenciais e dois para terminar o (segundo) mandato à frente da Comissão Europeia. Barroso pode ser convidado a assumir um novo desafio internacional. A liderança da NATO é uma das possibilidades, mas com uma Administração Democrata na Casa Branca, isto é, a reeleição de Obama, compromete muito esse objectivo. O mais provável é Barroso regressar à pátria amada e/ou andar a dar palestras em Universidades do mundo. Mas o seu futuro político, nacional e internacional, estará dependente da imagem com que ficará depois de sair de Bruxelas. E pelo andar da carruagem, Barroso está longe de alcançar as cotas que Delors recebeu quando deixou Bruxelas.
Da parte do PSD é certo e sabido que Santana não reúne consenso e se Barroso quiser será o candidato do partido.
Haja o que houver, com ou sem apoio do PSD, Santana será candidato a Belém e os próximos quatro anos também vão servir para o Provedor da Santa Casa, amiúde, falar da boa e má moeda, outro dos ajustes de contas que Santana tem do seu pior período político, em relação ao actual inquilino de Belém. Não é por acaso que o livro que vai publicar se centra no órgão Presidência da República.
Em suma, da direita não se pode esperar nada de novo. Apenas as velhas e eternas guerras de egos e clãs.
terça-feira, 13 de março de 2012
Pobreza mundial recua para 1,29 bilhão, revela Banco Mundial
Para quem considera que a Globalização é um mau fenómeno, para o Ocidente, o mesmo não se poderá aplicar ao resto do mundo.
O número de pessoas vivendo na linha da extrema pobreza caiu em 2008 para 1,29 bilhão, o que representa 22% da população mundial, segundo as últimas estimativas divulgadas nesta quarta-feira pelo Banco Mundial. Em 2005, o número de pessoas que viviam com menos de US$ 1,25 ao dia era de 1,39 bilhão, o que significava 25% do total da população mundial.
O Banco Mundial indicou que a redução vem especialmente da China, que retirou 660 milhões de pessoas dessa faixa entre 1981 e 2008, e cujo percentual caiu à metade entre 2002 e 2008, de 28,6% para 13,1%.
No ritmo atual, calcula-se que em 2015 o número de pessoas que viverão com menos de US$ 1,25 ao dia rondará 1 bilhão de indivíduos. Por outro lado, 2,471 bilhões viviam em 2008 com menos de US$ 2 ao dia, o que é considerado o limiar da pobreza, um número que representa 43% da população mundial, contra 47% (2,595 bilhões) de 2005.
"O mundo em desenvolvimento realizou notáveis avanços no combate contra a extrema pobreza, e se mostrou resistente aos recentes choques na alta dos preços dos alimentos e da energia. Mas a acumulação do número de pessoas que vivem justo acima da linha de extrema pobreza ressalta a contínua vulnerabilidade dos mais pobres", avaliou Martin Ravallion, diretor de Pesquisa do Banco Mundial.
A instituição destacou que apesar de ser observado um progresso geral, o número de pessoas que vivem entre a fronteira dos US$ 1,25 e US$ 2 ao dia dobrou entre 1981 e 2008, ao passar de 648 milhões para 1,18 bilhão.
Por regiões, a África Subsaariana continua registrando os piores números no que se refere à população abaixo da linha de extrema pobreza, apesar de um ligeiro avanço nos últimos anos, ao passar de 394 milhões em 2005 (52%) para 386 milhões em 2008 (47,5%).
Enquanto isso, a região Ásia - Pacífico, liderada pela China, reduziu quase à metade sua porcentagem de extrema pobreza, de 27,6% em 2002 para 14,3% em 2008, ao passar de 523 milhões para 284 milhões.
O número de pessoas vivendo na linha da extrema pobreza caiu em 2008 para 1,29 bilhão, o que representa 22% da população mundial, segundo as últimas estimativas divulgadas nesta quarta-feira pelo Banco Mundial. Em 2005, o número de pessoas que viviam com menos de US$ 1,25 ao dia era de 1,39 bilhão, o que significava 25% do total da população mundial.
O Banco Mundial indicou que a redução vem especialmente da China, que retirou 660 milhões de pessoas dessa faixa entre 1981 e 2008, e cujo percentual caiu à metade entre 2002 e 2008, de 28,6% para 13,1%.
No ritmo atual, calcula-se que em 2015 o número de pessoas que viverão com menos de US$ 1,25 ao dia rondará 1 bilhão de indivíduos. Por outro lado, 2,471 bilhões viviam em 2008 com menos de US$ 2 ao dia, o que é considerado o limiar da pobreza, um número que representa 43% da população mundial, contra 47% (2,595 bilhões) de 2005.
"O mundo em desenvolvimento realizou notáveis avanços no combate contra a extrema pobreza, e se mostrou resistente aos recentes choques na alta dos preços dos alimentos e da energia. Mas a acumulação do número de pessoas que vivem justo acima da linha de extrema pobreza ressalta a contínua vulnerabilidade dos mais pobres", avaliou Martin Ravallion, diretor de Pesquisa do Banco Mundial.
A instituição destacou que apesar de ser observado um progresso geral, o número de pessoas que vivem entre a fronteira dos US$ 1,25 e US$ 2 ao dia dobrou entre 1981 e 2008, ao passar de 648 milhões para 1,18 bilhão.
Por regiões, a África Subsaariana continua registrando os piores números no que se refere à população abaixo da linha de extrema pobreza, apesar de um ligeiro avanço nos últimos anos, ao passar de 394 milhões em 2005 (52%) para 386 milhões em 2008 (47,5%).
Enquanto isso, a região Ásia - Pacífico, liderada pela China, reduziu quase à metade sua porcentagem de extrema pobreza, de 27,6% em 2002 para 14,3% em 2008, ao passar de 523 milhões para 284 milhões.
A cópia (Sarkozy) a conquistar o original (Le Pen)
Perante o favoritismo dos socialistas, em parte graças ao descalabro de cinco anos desastrados do mandato presidencial de Sarkozy, que nada fez do que prometera na campanha de 2007, estas eleições estão a ser preparadas pelo UMP centrados na extrema-direita.
Ao contrário das opções tradicionais, de moderar as candidaturas, de modo a cobrir uma dimensão eleitoral superior à base eleitoral do partido, Sarkozy e a sua equipa em vez de lutarem por um eleitorado do centro-esquerda ao centro-direita, presentemente disputado pelo PS e o MoDem, a FN, de Le Pen, é encarada como o "reservatório" de votos a conquistar.
De facto, se Sarkozy não passar, tal se deverá ao apoio dado pelo eleitorado a Marine Le Pen - hipótese cada vez mais remota. A ter em consideração as últimas sondagens, a estratégia de Sarkozy está a dar frutos. Pela primeira vez, Sarkozy, na primeira volta, está à frente de Hollande. Porém, Sarkozy esquece-se que há uma segunda volta e nessa, parte do eleitorado central, está afugentado. Ainda no domingo, no comício que fez em Villepinte, Sarkozy conseguiu assumir um discurso puramente de extrema-direita, ao ameaçar fechar Schengen, no seguimento do discurso anti-imigração que tem vindo a fazer.
É muito preocupante que a direita francesa, com Sarkozy, se tenha rendido ao radicalismo e rasgado aqueles que eram os compromissos de Estado, que o RPR sempre assumiu, desde De Gaulle. E é mais preocupante não só por esta campanha, mas também pelo futuro da direita gaulesa.
Ao contrário das opções tradicionais, de moderar as candidaturas, de modo a cobrir uma dimensão eleitoral superior à base eleitoral do partido, Sarkozy e a sua equipa em vez de lutarem por um eleitorado do centro-esquerda ao centro-direita, presentemente disputado pelo PS e o MoDem, a FN, de Le Pen, é encarada como o "reservatório" de votos a conquistar.
De facto, se Sarkozy não passar, tal se deverá ao apoio dado pelo eleitorado a Marine Le Pen - hipótese cada vez mais remota. A ter em consideração as últimas sondagens, a estratégia de Sarkozy está a dar frutos. Pela primeira vez, Sarkozy, na primeira volta, está à frente de Hollande. Porém, Sarkozy esquece-se que há uma segunda volta e nessa, parte do eleitorado central, está afugentado. Ainda no domingo, no comício que fez em Villepinte, Sarkozy conseguiu assumir um discurso puramente de extrema-direita, ao ameaçar fechar Schengen, no seguimento do discurso anti-imigração que tem vindo a fazer.
É muito preocupante que a direita francesa, com Sarkozy, se tenha rendido ao radicalismo e rasgado aqueles que eram os compromissos de Estado, que o RPR sempre assumiu, desde De Gaulle. E é mais preocupante não só por esta campanha, mas também pelo futuro da direita gaulesa.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Mudanças à vista no Vaticano
Un Papa rodeado por lobos
Ratzinger não é uma Papa idolatrado pela população como era Wojtyla e, por isso, o seu papado não será marcado pelos seus últimos dias sentado na cadeira de Pedro, como um exemplo e referência para a resistência católica. É bem provável que mais cedo do que se pensa que o seu mandato termine e surja um novo Papa, italiano, como corre a tese, dado que um transalpino não assume a chefia da Santa Sé há 34 anos. Provavelmente, até pode vir de Milão.
Ratzinger não é uma Papa idolatrado pela população como era Wojtyla e, por isso, o seu papado não será marcado pelos seus últimos dias sentado na cadeira de Pedro, como um exemplo e referência para a resistência católica. É bem provável que mais cedo do que se pensa que o seu mandato termine e surja um novo Papa, italiano, como corre a tese, dado que um transalpino não assume a chefia da Santa Sé há 34 anos. Provavelmente, até pode vir de Milão.
Nove anos depois da sua morte faz-se Justiça
El líder del clan que mató al primer ministro serbio tenía residencia legal en España desde 2002
Zoran Djindjic, Primeiro-Ministro sérvio, foi dos políticos mais corajosos da primeira década do século XXI. A audácia de enfrentar o nacionalismo sérvio, no rescaldo da massacrante guerra balcânica, custou-lhe a vida, por pretender libertar o seu país de um passado vergonhoso, ao mesmo tempo que procurava construir um futuro digno para um dos Estados mais massacrados da Europa ao longo de todos os tempos.
Os cobardes que assassinaram o governante sérvio conseguiram desaparecer na espuma dos dias, mas parece, nove anos depois, que a Justiça vai ser feita. A memória de Djindjic e o povo sérvio merecem-na.
Zoran Djindjic, Primeiro-Ministro sérvio, foi dos políticos mais corajosos da primeira década do século XXI. A audácia de enfrentar o nacionalismo sérvio, no rescaldo da massacrante guerra balcânica, custou-lhe a vida, por pretender libertar o seu país de um passado vergonhoso, ao mesmo tempo que procurava construir um futuro digno para um dos Estados mais massacrados da Europa ao longo de todos os tempos.
Os cobardes que assassinaram o governante sérvio conseguiram desaparecer na espuma dos dias, mas parece, nove anos depois, que a Justiça vai ser feita. A memória de Djindjic e o povo sérvio merecem-na.
Medvedev inspira Putin
Putin stressed the need for a new, competitive economy capable of restoring Russia to technological leadership and boosting innovation through competition.
Faltam menos de duas semanas para a eleição presidencial russa. O país anda com vários tipos de manifestações, orquestradas, umas pró e outras contra Putin.
Seja como for, o Czar de São Petersburgo ganhará. Resta saber se à primeira ou à segunda volta.
Quanto a programa, nota-se que as causas de Medvedev, do conhecimento e das novas tecnologias, faz o seu percurso e Putin assume-as.
Faltam menos de duas semanas para a eleição presidencial russa. O país anda com vários tipos de manifestações, orquestradas, umas pró e outras contra Putin.
Seja como for, o Czar de São Petersburgo ganhará. Resta saber se à primeira ou à segunda volta.
Quanto a programa, nota-se que as causas de Medvedev, do conhecimento e das novas tecnologias, faz o seu percurso e Putin assume-as.
A boa escolha alemã para a presidência do país
Jochim Gauck será elegido presidente de Alemania el 18 de marzo
Uma óptima escolha para presidir à Alemanha. Gauck é um nome respeitado e considerado no país e obterá a maioria dos parlamentares, com a provável excepção dos antigos saudosos da era de Honecker. Percebe-se bem o porquê de Gauck ser persona não grata para o Die Linke.
Uma óptima escolha para presidir à Alemanha. Gauck é um nome respeitado e considerado no país e obterá a maioria dos parlamentares, com a provável excepção dos antigos saudosos da era de Honecker. Percebe-se bem o porquê de Gauck ser persona não grata para o Die Linke.
Travão na comunidade russófona da Letónia
With nearly all the votes counted, 75 percent of votes cast in Saturday's referendum were against the proposal, Latvia's election officials said.
Ethnic Russian make up about one-third of Latvia's 2.1 million population.
Lukashevich said the ballot, called by the Russian-speakers' movement, Native Tongue, "did not fully reflect the mood in the country."
Depois de um resultado surpreendente das forças russófonas nas legislativas letãs, a necessidade de travar as pretensões desta comunidade cresciam.
No sábado, o referendo, para tornar o russo numa língua oficial deste Estado báltico, serviu para resfriar os filhos da pátria de Pushkin, com uma esmagadora recusa dos letões, como seria previsível. O passado recente do país ainda tem bem presente a presença soviética.
Ethnic Russian make up about one-third of Latvia's 2.1 million population.
Lukashevich said the ballot, called by the Russian-speakers' movement, Native Tongue, "did not fully reflect the mood in the country."
Depois de um resultado surpreendente das forças russófonas nas legislativas letãs, a necessidade de travar as pretensões desta comunidade cresciam.
No sábado, o referendo, para tornar o russo numa língua oficial deste Estado báltico, serviu para resfriar os filhos da pátria de Pushkin, com uma esmagadora recusa dos letões, como seria previsível. O passado recente do país ainda tem bem presente a presença soviética.
O referendo escocês
PM: "I'm here to stand up and speak out for what I believe in. I believe in the United Kingdom."
This is the speech delivered by the Prime Minister in Edinburgh on 16 February 2012.
Um discurso, de David Cameron, para preservar e mais tarde recuperar, quando se realizar o referendo à independência da Escócia.
This is the speech delivered by the Prime Minister in Edinburgh on 16 February 2012.
Um discurso, de David Cameron, para preservar e mais tarde recuperar, quando se realizar o referendo à independência da Escócia.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Entre o passado e o futuro
As agendas europeias e norte-americanas merecem ser cruzadas. Ontem, realizou-se em Pequim mais uma Cimeira entre a China e a UE. Do lado europeu compareceram o Presidente da Comissão e do Conselho, Barroso e Rompuy respectivamente, do lado chinês, a delegação foi chefiada pelo actual Primeiro-Ministro, Wen Jiabao.
Ao mesmo tempo, em Washington, Obama recebia na Casa Branca o próximo líder chinês, Xi Jiping.
Não fazer uma leitura do dia de ontem é ignorar a realidade.
A UE continua a mergulhar na irrelevância, apesar de ainda ser o maior bloco comercial do mundo, enquanto norte-americanos e chineses discutem o mundo.
Ao mesmo tempo, em Washington, Obama recebia na Casa Branca o próximo líder chinês, Xi Jiping.
Não fazer uma leitura do dia de ontem é ignorar a realidade.
A UE continua a mergulhar na irrelevância, apesar de ainda ser o maior bloco comercial do mundo, enquanto norte-americanos e chineses discutem o mundo.
Resultados de cinco anos de mandato
La paradoja es que Sarkozy quiere ser ahora como Alemania, pero ha tenido cinco años para intentar parecerse y no lo ha conseguido. Los datos económicos certifican que la distancia entre los dos grandes potencias del euro se ha ido ampliando cada vez más. Bajo su mandato, París ha aumentado sus parados en más de un millón de personas (récord histórico desde 1999) mientras que el alemán es del 6,8%. Francia batió en 2011 su dato de balance comercial (más de 70.000 millones de déficit) mientras Alemania tiene superávit. Sarkozy ha aumentado la deuda pública en 612.000 millones de euros, llevándola al 87% del PIB, mientras Alemania anda en el 84% pero paga por ella bastante menos, cuando no cobra.
Dentro, las desigualdades han crecido de forma brutal, tanto por el número de pobres (más de ocho millones, 82.000 nuevos cada año), como por los regalos fiscales a los ricos, calculados en 75.000 millones de euros. En educación, Francia ha suprimido 80.000 profesores y bajado 12 puestos en la clasificación mundial, según la OCDE, y en sanidad, cuatro millones de franceses han perdido sus ayudas.
Quem tanto prometeu, em 2007, mudar a França, cinco anos depois a mudança concretizou-se, mas no sentido oposto ao prometido.
Hoje, Sarkozy apresenta a recandidatura ao Eliseu.
Dentro, las desigualdades han crecido de forma brutal, tanto por el número de pobres (más de ocho millones, 82.000 nuevos cada año), como por los regalos fiscales a los ricos, calculados en 75.000 millones de euros. En educación, Francia ha suprimido 80.000 profesores y bajado 12 puestos en la clasificación mundial, según la OCDE, y en sanidad, cuatro millones de franceses han perdido sus ayudas.
Quem tanto prometeu, em 2007, mudar a França, cinco anos depois a mudança concretizou-se, mas no sentido oposto ao prometido.
Hoje, Sarkozy apresenta a recandidatura ao Eliseu.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
As esquerdas radicais ignoram o amanhã
Extrema-esquerda grega sobe nas sondagens e põe em causa acordo com a troika
A Grécia é um exemplo de como as esquerdas radicais não têm qualquer compromisso com as pessoas, apesar de estarem a granjear o seu apoio, apenas e tão só por uma razão de indignação e condenação. Sentimentos totalmente naturais e legítimos, face ao imposto desde há dois anos aos gregos.
Se os "bloquistas" helénicos (Syriza) sabem ter neste momento a oportunidade de chegar ao Governo e exercer o poder, os comunistas (KKE), por seu lado, manifestam pouca disponibilidade para fazer parte de um Governo de coligação e pretendem governar a sós, algo impossível.
Assim, continua-se a demonstrar que o radicalismo só cresce no meio do descontentamento. Porém, se as palavras dos radicais até caem bem no ouvido, não servem para salvaguardar as condições de vida das pessoas nem apresentam qualquer futuro. Protestar é fácil, o mesmo não se aplica ao exercício de governar.
Fruto desta subida das esquerdas radicais deve-se ao esboroar dos socialistas (PASOK), que tiveram a espinhosa e ingrata missão de corrigir o que a direita, da Nova Democracia, à beira de regressar ao poder, fez, um enorme buraco nas contas. Papandreou foi um excelente Primeiro-Ministro até ao momento infeliz de se lembrar de ceder à tentação de convocar um referendo, acerca das medidas a implementar, sem sentido. Foi o fulminar do seu mandato, marcado pela coragem de batalhar pela Grécia, como lhe competia, nos areópagos europeus.
Veremos o que dará a eleição legislativa grega, mas quando mais se precisa de compromisso de todos os partidos, verifica-se a predisposição de cada um corresponder à sua agenda partidária, desprezando o país. Velhas lógicas político-partidárias que não servem os tempos que vivemos.
A lição destes tempos, dada na Grécia, ainda não foi aprendida pelas formações gregas: em tempos de profunda crise, como nestes tempos, quem exerce o poder queima-se rapidamente; mas há quem continue a pensar que o único ponto importante é chegar ao poder, pelo poder.
O PASOK é o exemplo de como uma maioria absoluta, obtida nas últimas eleições, é bem mais frágil do que aparenta.
A Grécia é um exemplo de como as esquerdas radicais não têm qualquer compromisso com as pessoas, apesar de estarem a granjear o seu apoio, apenas e tão só por uma razão de indignação e condenação. Sentimentos totalmente naturais e legítimos, face ao imposto desde há dois anos aos gregos.
Se os "bloquistas" helénicos (Syriza) sabem ter neste momento a oportunidade de chegar ao Governo e exercer o poder, os comunistas (KKE), por seu lado, manifestam pouca disponibilidade para fazer parte de um Governo de coligação e pretendem governar a sós, algo impossível.
Assim, continua-se a demonstrar que o radicalismo só cresce no meio do descontentamento. Porém, se as palavras dos radicais até caem bem no ouvido, não servem para salvaguardar as condições de vida das pessoas nem apresentam qualquer futuro. Protestar é fácil, o mesmo não se aplica ao exercício de governar.
Fruto desta subida das esquerdas radicais deve-se ao esboroar dos socialistas (PASOK), que tiveram a espinhosa e ingrata missão de corrigir o que a direita, da Nova Democracia, à beira de regressar ao poder, fez, um enorme buraco nas contas. Papandreou foi um excelente Primeiro-Ministro até ao momento infeliz de se lembrar de ceder à tentação de convocar um referendo, acerca das medidas a implementar, sem sentido. Foi o fulminar do seu mandato, marcado pela coragem de batalhar pela Grécia, como lhe competia, nos areópagos europeus.
Veremos o que dará a eleição legislativa grega, mas quando mais se precisa de compromisso de todos os partidos, verifica-se a predisposição de cada um corresponder à sua agenda partidária, desprezando o país. Velhas lógicas político-partidárias que não servem os tempos que vivemos.
A lição destes tempos, dada na Grécia, ainda não foi aprendida pelas formações gregas: em tempos de profunda crise, como nestes tempos, quem exerce o poder queima-se rapidamente; mas há quem continue a pensar que o único ponto importante é chegar ao poder, pelo poder.
O PASOK é o exemplo de como uma maioria absoluta, obtida nas últimas eleições, é bem mais frágil do que aparenta.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Portugal credível
Há quem compreenda que a política vive de uma dicotomia intocável: quem está no poder governa e só deve prestar contas nas urnas e quem está na oposição tem de se limitar a opor e condenar o que se faz.
Ora, o PS não tem esta concepção da Política. Enquanto Governo, fez com que os governantes tivessem que ir, de 15 em 15 dias, ao Parlamento, para que o papel da Assembleia da República, onde estão os representantes eleitos directamente pelos portugueses, fosse respeitado e cumprido. Há quem se esqueça, mas foi com o PS, no Poder, que o Governo começou a prestar contas no Parlamento.
Agora, na oposição, o PS não desprezou a sua responsabilidade com o País, e num momento particularmente crítico, o PS está, como sempre esteve, no campo da solução.
Todavia, António José Seguro tem recebido críticas por estar a desconsiderar o papel "típico" de líder da oposição. Há quem preferisse o Secretário-Geral do PS limitado a um papel do género do PCP e/ou do BE: condenar e opor-se a tudo e todos, sem qualquer critério; ou, então, que fizesse o que o PSD e o CDS fizeram na anterior legislatura, desconsiderar a condição de Portugal, na actual crise, e ambicionar o poder a todo o custo, como aconteceu, dado o chumbo do PEC IV e a obrigação de Portugal pedir um resgate externo.
O PS segue a via da responsabilidade e da credibilidade, não cedendo à tentação fácil, nestes tempos, mas tão prejudicial para Portugal, do populismo e demagogia barata, que podem ser amigos das sondagens, mas nocivos para a vida das pessoas. O PS absteve-se no OE 2012, não porque concordasse com o proposto, porque não concorda, mas porque sabe que este OE está a ser escrutinado a nível mundial e um passo em falso de um dos grandes intervenientes na vida do País, como o PS, poderia comprometer a recuperação do País.
De qualquer forma, o PS não ficou refém nem está paralisado, pelo contrário, está bem activo e a cumprir as suas obrigações. Propôs, sem hipocrisia e com dados concretos, medidas que o Governo devia ter em consideração, como o não corte do 13º e 14º mês. O Governo disse que não era possível, o tempo encarregou-se de demonstrar que havia condições para poupar os portugueses a mais sacrifícios. O PS disse que o acordado com a troika é para cumprir, mas não se pode estar alheio à realidade e, por isso, era necessário reajustar as metas temporais à recuperação económica nacional e europeia, sem a qual é impossível cumprir o acordado. O Governo negou, mas líderes europeus já equacionam esta possibilidade e o Ministro das Finanças português cochichou esta proposta ao homólogo alemão. O proposto pelo PS começa a ganhar sentido.
É certo que a postura e as medidas do PS não surgem com alardeio, como alguns pretenderiam, mas sim de forma ponderada e objectiva, para servir as pessoas.
O tempo não é para joguinhos baixos e no estrito interesse de agendas partidárias. O PS não tem que procurar alterar o resultado das eleições de Junho de 2011, como o PSD não digeriu os resultados eleitorais de 2009. O PS tem de respeitar e cumprir o papel que as pessoas lhe deram nas urnas, ao mesmo tempo que tem de corresponder aos seus objectivos: servir Portugal e apresentar rumos para o País. É isso que António José Seguro está a fazer.
Ora, o PS não tem esta concepção da Política. Enquanto Governo, fez com que os governantes tivessem que ir, de 15 em 15 dias, ao Parlamento, para que o papel da Assembleia da República, onde estão os representantes eleitos directamente pelos portugueses, fosse respeitado e cumprido. Há quem se esqueça, mas foi com o PS, no Poder, que o Governo começou a prestar contas no Parlamento.
Agora, na oposição, o PS não desprezou a sua responsabilidade com o País, e num momento particularmente crítico, o PS está, como sempre esteve, no campo da solução.
Todavia, António José Seguro tem recebido críticas por estar a desconsiderar o papel "típico" de líder da oposição. Há quem preferisse o Secretário-Geral do PS limitado a um papel do género do PCP e/ou do BE: condenar e opor-se a tudo e todos, sem qualquer critério; ou, então, que fizesse o que o PSD e o CDS fizeram na anterior legislatura, desconsiderar a condição de Portugal, na actual crise, e ambicionar o poder a todo o custo, como aconteceu, dado o chumbo do PEC IV e a obrigação de Portugal pedir um resgate externo.
O PS segue a via da responsabilidade e da credibilidade, não cedendo à tentação fácil, nestes tempos, mas tão prejudicial para Portugal, do populismo e demagogia barata, que podem ser amigos das sondagens, mas nocivos para a vida das pessoas. O PS absteve-se no OE 2012, não porque concordasse com o proposto, porque não concorda, mas porque sabe que este OE está a ser escrutinado a nível mundial e um passo em falso de um dos grandes intervenientes na vida do País, como o PS, poderia comprometer a recuperação do País.
De qualquer forma, o PS não ficou refém nem está paralisado, pelo contrário, está bem activo e a cumprir as suas obrigações. Propôs, sem hipocrisia e com dados concretos, medidas que o Governo devia ter em consideração, como o não corte do 13º e 14º mês. O Governo disse que não era possível, o tempo encarregou-se de demonstrar que havia condições para poupar os portugueses a mais sacrifícios. O PS disse que o acordado com a troika é para cumprir, mas não se pode estar alheio à realidade e, por isso, era necessário reajustar as metas temporais à recuperação económica nacional e europeia, sem a qual é impossível cumprir o acordado. O Governo negou, mas líderes europeus já equacionam esta possibilidade e o Ministro das Finanças português cochichou esta proposta ao homólogo alemão. O proposto pelo PS começa a ganhar sentido.
É certo que a postura e as medidas do PS não surgem com alardeio, como alguns pretenderiam, mas sim de forma ponderada e objectiva, para servir as pessoas.
O tempo não é para joguinhos baixos e no estrito interesse de agendas partidárias. O PS não tem que procurar alterar o resultado das eleições de Junho de 2011, como o PSD não digeriu os resultados eleitorais de 2009. O PS tem de respeitar e cumprir o papel que as pessoas lhe deram nas urnas, ao mesmo tempo que tem de corresponder aos seus objectivos: servir Portugal e apresentar rumos para o País. É isso que António José Seguro está a fazer.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
A los que hoy brindarán con champán
No dia em que se comete uma INJUSTIÇA em Espanha, com a determinação de Baltasar Garzón estar impedido de exercer a sua função de juiz, por ter determinado fazer escutas a acusados, vale a pena ler as palavras que a filha do juiz espanhol escreve no dia de hoje:
A los que hoy brindarán con champán
Esta carta está dirigida a todos aquellos que hoy brindarán con champán por la inhabilitación de Baltasar Garzón. A ustedes, que durante años han vertido insultos y mentiras; a ustedes, que por fin hoy han alcanzado su meta, conseguido su trofeo.
A todos ustedes les diré que jamás nos harán bajar la cabeza, que nunca derramaremos una sola lágrima por su culpa. No les daremos ese gusto. Nos han tocado, pero no hundido; y lejos de hacernos perder la fe en esta sociedad nos han dado más fuerza para seguir luchando por un mundo en el que la Justicia sea auténtica, sin sectarismos, sin estar guiada por envidias; por acuerdos de pasillo.
Una Justicia que respeta a las víctimas, que aplica la ley sin miedo a las represalias. Una Justicia de verdad, en la que me han enseñado a creer desde que nací y que deseo que mi hija, que hoy corretea ajena a todo, conozca y aprenda a querer, a pesar de que ahora haya sido mermada. Un paso atrás que ustedes achacan a Baltasar pero que no es más que el reflejo de su propia condición.
Pero sobre todo, les deseo que este golpe, que ustedes han voceado desde hace años, no se vuelva en contra de nuestra sociedad, por las graves consecuencias que la jurisprudencia sembrada pueda tener. Ustedes hoy brindarán con champán, pero nosotros lo haremos juntos, cada noche, porque sabemos que mi padre es inocente y que nuestra conciencia SÍ está tranquila.
Madrid, 9 de febrero de 2012
María Garzón Molina
A los que hoy brindarán con champán
Esta carta está dirigida a todos aquellos que hoy brindarán con champán por la inhabilitación de Baltasar Garzón. A ustedes, que durante años han vertido insultos y mentiras; a ustedes, que por fin hoy han alcanzado su meta, conseguido su trofeo.
A todos ustedes les diré que jamás nos harán bajar la cabeza, que nunca derramaremos una sola lágrima por su culpa. No les daremos ese gusto. Nos han tocado, pero no hundido; y lejos de hacernos perder la fe en esta sociedad nos han dado más fuerza para seguir luchando por un mundo en el que la Justicia sea auténtica, sin sectarismos, sin estar guiada por envidias; por acuerdos de pasillo.
Una Justicia que respeta a las víctimas, que aplica la ley sin miedo a las represalias. Una Justicia de verdad, en la que me han enseñado a creer desde que nací y que deseo que mi hija, que hoy corretea ajena a todo, conozca y aprenda a querer, a pesar de que ahora haya sido mermada. Un paso atrás que ustedes achacan a Baltasar pero que no es más que el reflejo de su propia condición.
Pero sobre todo, les deseo que este golpe, que ustedes han voceado desde hace años, no se vuelva en contra de nuestra sociedad, por las graves consecuencias que la jurisprudencia sembrada pueda tener. Ustedes hoy brindarán con champán, pero nosotros lo haremos juntos, cada noche, porque sabemos que mi padre es inocente y que nuestra conciencia SÍ está tranquila.
Madrid, 9 de febrero de 2012
María Garzón Molina
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